quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Autosabotagem

Alguém ligou, deixei tocar
O ônibus passou, não corri
O leite ferveu, derramou
Ele me chamou
Fiz que não vi.

Hé meses faço de conta
Fujo de mim
Abafo a voz, visto antolhos
Boto panos quentes
Na dor
E no desejo.

Mas não posso deixar
A geladeira vazia
Tenho que pedir a água
Tenho que abrir as janelas!
Que a luz me realimenta.

Vou me despir,
Descer do salto,
Me achar dentro de mim.
Eu mesma
Sem máscaras, nem escudos, nem batom
Vou caminhar sim!
Devagar, nua, pés descalços
É assim que eu vou chegar.

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