segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O Caminho das Pedras - montagem e criação do livro infantil



Hermes Bernardi (Porto Alegre)

O Livro ilustrado.
A relação palavra-imagem.
O boneco do livro.
A montagem do boneco.
A produção do livro.
Público: artistas e escritores, com apresentação de breve currículo.
N ° alunos: 20 Turno: Noite

domingo, 27 de setembro de 2009

Uvas ou Chocolates?

A todo instante, nossos caminhos se bifurcam
Aonde apoiar nossas escolhas?
Podemos satisfazer nosso prazer
Podemos satisfazer nossas vaidades
O certo é que nunca saberemos
Se a opção que fizemos
É a melhor para nós mesmos
E é por isto que devemos saborear quaisquer das mordidas
Com a máxima intensidade!!!

Este poema eu escrevi para um amigo muito querido às vésperas de uma viagem em que ele iria se ausentar por um longo período. Entendi que ele vivia um momento confuso e que na realidade a viagem era pra dentro dele mesmo...Fiquei muito feliz quando ele me procurou seis meses depois e já de volta, pra me contar o que havia acontecido. Sim, as coisas “aconteceram”, porque ele se permitiu, porque fez escolhas, porque caminhou... Mas mais que isto, porque seguiu o seu coração e a sua intuição, muito mais do que a razão...
Sim, todos os dias temos que fazer escolhas, se vamos a pé ou de carro, se vamos usar salto ou tênis, enfim, coisas banais e outras fundamentais, coisas que vão definir o rumo da nossa vida e tornar o futuro realidade. Mas as possibilidades são infinitas!! E é aí que pode surgir dúvida, que vai gerar insegurança, que gera medo... Como saber se é a melhor escolha? Bem, nunca saberemos... Até porque muitas vezes o que precisamos mesmo é errar o caminho, tropeçar, dar um passo em falso, pois é assim que crescemos, lapidamos nossos valores, abrimos nossos olhos...E as vezes não é o caminho que importa, mas sim como vamos caminhar... Esta é a grande escolha, como vai ser nossa postura diante das pedras que vão surgir, se vamos guardá-las pra construir nosso castelo, como disse Fernando Pessoa, ou se vamos revidar as agressões da vida e lançá-las contra quem nos magoou...
Não sei, eu não tenho cura, sou uma otimista incorrigível, “porque rio das pedras em meu caminho, dos espinhos faço espadas”, como diz outro poema que fiz... Talvez porque esteja em paz com o meu coração e com a minha consciência, porque busco seguir minha intuição, ou pela sinceridade das minhas intenções ao agir, sempre sinto o ataque do outro como uma dificuldade só dele, não consegue me atingir... Então, o que concluo, mais importante do que decidir pelas uvas ou pelos chocolates, é saborear a escolha feita ao máximo, dividi-la com quem está ao seu lado, se lambuzar comendo e depois rir, rir muito, porque a felicidade é feita de momentos simples assim.

"O caminho só existe quando você passa."

domingo, 20 de setembro de 2009

Toda pessoa tem algo a ensinar, mesmo que seja mostrar a você, caminhos por onde você não quer passar.

Dois dias, dois monólogos sobre vida e morte

“Coincidentemente”, é o que diriam...
Eu penso que tudo acontece com um propósito, quando se está em sintonia com o ritmo mágico e perfeito da vida, as forças do “acaso” parecem fazer todo sentido...
É como quando, involuntariamente, você decide atravessar a rua, e lá está aquele seu velho amigo, que você não vê há anos, mas em quem pensava naquele exato momento.
Inúmeras são as situações que já vivenciei e que me fazem acreditar no quanto é importante sintonizar seus passos, respirar fundo e calmamente, abrindo-se para os sinais que a vida nos dá, como que sussurrando: -Vai, é por aí, segue em frente...e uma sensação de paz e bem estar invade nossa alma, nos dando a convicção de que estamos no lugar certo, na hora certa, com a pessoa certa...
Pois foram dois dias subseqüentes, dois monólogos sobre vida e morte, (e eu os acho particularmente cansativos) espetáculos teatrais que fazem parte da 16° edição do Porto Alegre em Cena:

Primeiro, “Van Gogh” ,texto baseado na obra de Ever Blanchet que, por sua vez, teve inspiração nas Cartas a Theo, escritas pelo próprio artista a seu irmão. Reproduzo aqui um dos trechos, que sintetiza o clima tenso do espetáculo, onde o ator uruguaio Fernando Dianesi revive a angústia, as atribulações e dores do artista em seus momentos de criação e reflexão:

"NO ENTANTO EU SIRVO PARA ALGO, SINTO EM MIM UMA RAZÃO DE SER, SEI QUE PODERIA SER UM HOMEM COMPLETAMENTE DIFERENTE. No que é que eu poderia ser útil, para o que poderia eu servir; existe algo dentro de mim, o que será então?... Você sabe o que faz desaparecer a prisão. É toda afeição profunda, séria. Ser amigos, ser irmãos, amar, isto abre a porta da prisão por poder soberano, com um encanto muito poderoso. Mas aquele que não tem isto permanece na morte...

Depois, “Só os doentes do Coração deveriam ser atores”, texto baseado no depoimento de um ator polonês cardíaco, transcrito no livro “Além das Ilhas Flutuantes”, do italiano Eugênio Barba, e interpretado pelo ator Antônio Petrin. Ao seu lado, a pianista Elaine Giacomelli interpreta grandes compositores brasileiros e faz o “pano de fundo sonoro” do espetáculo. Reproduzo aqui um dos trechos:

..."Morremos a cada instante, a cada sonho destruído, a cada erro cometido, a cada amor não correspondido, a cada porta fechada, quando constatamos a ausência,quando não conseguimos dizer a verdade, quando não se faz amor (nem me lembro mais disso), quando se tem fome, quando não se tem fome mas sabe que tem um monte de gente com fome, ao constatar que seu avô morreu pobre e fodido, quando fazemos a opção correta mas parece errada, quando fingimos conhecer um assunto que não dominamos, quando recebemos a notícia que seu amado irmão morreu pela madrugada, quando estamos vivos mas sentimos vontade de morrer...
A morte é só a morte, e nada mais.
Porque tudo isso é viver!!!"....
*trecho do texto adaptado,de Eduardo Figueiredo

Ambos os espetáculos me fizeram refletir e ampliaram minhas certezas sobre as escolhas que tenho buscado fazer: simplesmente viver, permitir-me, dizer sim, viver o que a vida me traz, fluir,( e pra isto é necessário expor-se) mesmo sujeitando-me, de forma inerente, à dor...
E remeto ao que escrevi a uma amiga, como quem falava a mim mesma:
Nada é por acaso...
Tudo na vida é aprendizado.
Quando nosso coração está aberto, ficamos mais suscetíveis para interpretar os sinais que a vida nos dá, a todo momento. Cada pessoa que encontramos foi colocada em nosso caminho com um propósito; cabe a nós, envolvidos em nossa leveza de espírito, por vezes aceitar, em outras buscar, o que temos a aprender e a ensinar... Isto é viver!!!
O universo conspira a nosso favor, se estivermos abertos, em sintonia com uma energia muito maior, que se chama amor...

Depoimento

Postado (a pedido) no blog da minha amiga Lu http://adultoscomaparelho.blogspot.com

Você coloca o aparelho na arcada superior, e pensa: só isto?
Onde estão as dores, dentes moles e bochechas cortadas?
Questiona o dentista, tem alguma coisa errada...
Bem, passei incólume, tirei de letra, é o que pensa. Ledo engano!!
Isto é o que concluí há quatro dias, quando os ferrinhos foram “instalados” na arcada inferior.
Satisfeita!!! Agora sim, feridas abertas, impossibilidade mastigatória, estética facial comprovadamente alterada, posso dar meu depoimento carregado de auto-compaixão!!
Inicia-se a penitência, uma espécie de “douleur exquise”, quem aí pode explicar??
Hummm, pensando bem, acabo de concluir, talvez eu deva levar o fato pra sala da minha terapeuta...ou discutir com a minha querida amiga Lu, também “aparelhada” e parceira de dores e alegrias...

sábado, 12 de setembro de 2009

Hoje

O dia em que o melhor lugar é a sua casa
E a melhor companhia é você mesma
Roupas se espalham pelos quartos
Xícaras de chá, papéis velhos, guardados
Não há notícias, só memórias
Abre-se o baú do tempo
E me descubro, me acho
Entre palavras perdidas e pedaços de passado.

Mil Novecentos e Oitenta e Alguma Coisa...
(foi pro meu primeiro amor)

Síntese

Durante mil anos
Escrevi mil palavras
Sobre mil folhas
Usei toda a tinta
Da cor das violetas
Mas veio a chuva
E molhou as folhas
Ninguém leu meus poemas
Então chorei
Pois as violetas haviam morrido.
Eu perdi mil anos
Mas consegui traduzir mil palavras perdidas
Num eu te amo.


Ânsia

Sozinha
Ouço a chuva
Que cai dentro de mim
Por sobre as certezas.
O que o mundo nos fez
Que não estamos felizes?
O pássaro voa
Quando a chuva molha
Eu fico muda.
Mas não calo minha inquietude com gosto de tédio
Seu sabor me incita
A escrever mil entrelinhas
Na tentativa de compreender o amor.

Mergulhar, mergulhar, mergulhar!

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
Fernando Pessoa

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Perdendo o medo....

Planejar... pode até dar certo.
Sonhar... é dar esperança a nossa alma.
Mas viver,

Viver é enebriar-se diante de cada pequena oportunidade.
É deixar-se levar pelo novo
É embarcar no navio, mesmo com medo
Quem pode dizer se aquela tempestade que desponta
Não vai simplesmente se dissipar??
O importante é viajar...