terça-feira, 25 de maio de 2010

Rapidinho...

Não é preguiça, não é falta de tempo também, muito menos falta do que falar. Mas vou tirar o pó, (rapidinho) vai que alguém entre aqui... É que depois da última postagem (uma coisa puxa a outra) me atraquei na leitura de "Morte e Vida de Grandes Cidades", de Jane Jacobs.

"...Jane Jacobs escreve sobre o que torna as ruas seguras ou inseguras; sobre o que vem a ser um bairro e sua função dentro do complexo organismo que é a cidade; sobre os motivos que fazem um bairro permanecer pobre enquanto outros se revitalizam..."

Não é sempre que se devoram 516 páginas em uma semana; mas recomendo única e exclusivamente para aficcionados por urbanismo. Enquanto Philip Roth, Muriel Barbery e Chico Buarque estão em banho-maria, (heresia) me chamou a atenção o lançamento da Lya Luft , "Múltipla Escolha" e me deu uma louca curiosidade pelo livro de Raymond Kurzeil, "A Era das máquinas Espirituais":

"Imagine um mundo em que as diferenças entre homem e máquina, entre humanidade e tecnologia são turvas , em que a alma e o chip de silício se unem. Isso não é ficção científica."

Tá louco... O cara vai palestrar no Fronteiras dia 14 de julho.

Fui conhecer o "Crossino" e também o "Patissier" , dois lugares aconchegantes e charmosos (mas com propostas diferentes) para um almoço tranquilo. Recomendo.

Cinema e teatro ainda não dá, por isto nem vamos falar sobre isto...please...

Troquei o chá de camomila (e os 10ml de Maracujina) por uma terapêutica tacinha de vinho do porto antes de dormir. Recomendo também.

Pras costas: RPG. Pra tudo (pro sono também): acupuntura associada à eletroacupuntura. Melhora muito.

E vamos em frente que atrás vem gente!!!...

sábado, 15 de maio de 2010

Mude!!!

Tem gente que é um legítimo camaleão. Você vê ela hoje e está ruiva, sóbria, óculos de aros pesados, estilo “ser pensante”. Daí encontra na rua e leva um susto, parece outra mulher, loura, descolada, lentes de contato e pele bronzeada. E não é só o visual não. Até o jeito de falar mudou, mudaram seus gostos, suas preferências, se duvidar seu estilo de viver. Admiro pessoas assim, mesmo que seu comportamento denote uma pitada de futilidade e inconstância, elas não se prendem a hábitos, e mesmo que a mudança externa seja talvez ditada pelas tendências, acredito que tem que ter personalidade pra se expor a tantas mudanças e de forma tão visível, tão sujeita à crítica alheia. Talvez muitas personalidades...
Mas tem mudança que é mais sutil, talvez porque aconteça devagar, num processo meio à revelia, muitas vezes sem uma decisão consciente, talvez até por força das circunstâncias. São estas que em geral vêm pra ficar, pelo menos por um período mais longo, até que o relógio da nossa psiquê desperte novamente. E este despertar é quase inconsciente, mas absolutamente necessário, pois é um chamado da alma, do corpo, que pedem adaptações, às vezes difíceis, mas que certamente vão resultar em crédito, em ganhos.
E foram certamente ganhos que obtive quando tive que deixar o carro na garagem (mais por força das circunstâncias sim) e coloquei as pernas pra funcionar. No início a sensação é de quase abstinência, não é fácil o desapego ao hábito. Comecei indo ao mercadinho da esquina, em vez de entrar em um hipermercado. A escala das coisas mudou, a variedade diminuiu, mudaram as opções. Mas descobri o detalhe, sabores diferentes, um aroma caseiro, uma receptividade espontânea. Substituindo a mega locadora com acervo hollywoodiano descobri outra pequena, administrada pelo próprio dono, cujos preciosos filmes ele mesmo seleciona. E se estava complicado visitar uma grande loja de departamentos, porque não comprar uns metros de tecido e acredite, visitar a costureira? Foi com satisfação que constatei o resultado do vestido que eu imaginei, que só eu tenho, e que custou um terço do que custaria.
E se eu havia me desesperado pela sensação de ter perdido totalmente minha autonomia, de repente me senti livre, leve, dona das minhas escolhas. É como se o bairro fosse a extensão da minha casa; se vou ao banco encontro o feirante e ele me chama pelo nome; se vou à locadora tem uma indicação na minha medida. Na antevéspera do Dia das Mães, depois de sair em compras pelo bairro, cheguei em casa carregando flores e bombons com os quais fui presenteada. Me surpreendi não só por ser reconhecida, mas por ser percebida como mãe. E porque esta percepção aumenta minha consciência de mim, dentro desta sociedade cujas referências nos confundem, cuja globalização veste todo mundo com a mesma cor, coloca todo mundo no mesmo saco.
Foi bom mudar. Foi bom perceber que é possível e sano mudar, principalmente quando esta mudança se reflete em autoconhecimento e identidade. É bem mais difícil que pintar o cabelo, neste mundinho onde só não é loura quem não quer, mas bem mais recompensador.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

E por falar nisto...

Não sei se a Teoria das Cordas já foi superada, mas muito além das convicções científicas sobre as origens do Universo, o que acredito é que não há limite entre matéria e espírito, tudo é energia, magnetismo, padrões vibratórios que se inter-relacionam todo o tempo. Assim como os componentes elementares da matéria e do universo não seriam partículas finitas e puntiformes, não existiriam também coincidências, vidência, acaso, mas sim trocas energéticas, ondas eletromagnéticas, pensamentos que viajam no ar...

Segue abaixo link para artigo da minha mana publicado na Zero em 8 de maio.
E remetendo ao seu texto e à minha última postagem, seria eu uma "leitora de pupilas dilatadas e dedos ágeis?"

Que vibrem as cordas!!!

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2897710.xml&template=3898.dwt&edition=14644&sectio

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A Palavra é...

Ansiedade:
Desejo vêemente ou contínuo de certo objeto ou ser, ou sentimento de apreensão desagradável acompanhado de sensações físicas como opressão no peito, palpitações, transpiração, dor de cabeça, falta de ar, dentre outras.

É só do que se ouve falar. Todo mundo já sentiu ou vai sentir alguma vez na vida. Só que minha percepção sinaliza um estado crescente, em que aumenta não só o número de vítimas, mas o grau, a intensidade com que ela tem atingido o indivíduo. É quase uma paranóia, uma crise coletiva.
Culpa da vida maluca, do trânsito, do excesso de informação, de consumo, da competitividade, da virtualidade dos relacionamentos. Ninguém mais se respeita (o lance é subir mais um degrau), ninguém mais se visita (o lance é a conversa virtual), ninguém mais se toca (o prazer solitário não transmite aids nem exige pensão). Mas o corpo cobra...

E eu achei que tinha controlado a minha (ansiedade). Mas o que mudou foi apenas o objeto desencadeante. Comecei a refletir sobre este processo. É mais ou menos assim: deito relaxadamente. Nas mãos, o livro que aquele amigo me indicou. Já na segunda página, uma referência a determinado lugar. Para melhor situar a história, acesso a internet para breve pesquisa. Na tela, infindáveis opções. Citações à alguns filmes... discorro a leitura (parecem bons). Anoto. Uma sugestão de outro livro (muito interessante...), crítica sobre uma matéria que eu não li... Resolvo abrir meus emails: convite para um aniversário, uma referência a um congresso (este eu queria ir).
Abandono o livro. Vou até a locadora, à procura do filme, aquele. Nossa, como tem filmes bons pra ver... Tento escolher dois, mas tá difícil. Chego em casa com os dvds. Na tv aquele documentário que eu queria assistir!
Neste momento já estou começando a suar frio, aquele aperto no peito... toca o interfone:
-Sim?
-Entrega de revista!!

Respira... respira... respira...

O filme: El hijo de la novia, do diretor Campanella (imperdível!!!!)
Os que eu não vi: Valsa com Bashir; Abraços Partidos; Cães de Aluguel
O livro: A Elegância do Ouriço, de Muriel Barbery( estou retomando, eu juro)
A sugestão interessante: O Jogo da Amarelinha, de Julio Cortázar
O Congresso: Internacional de Leitura e Literatura Infantil e Juvenil (na PUC de 12 a 14 de maio)
A matéria: Miguel Nicolelis no Fronteiras do Pensamento- Pesquisa de desenvolvimento de neuropróteses.
O documentário: algum do Alain Cavalier
A Revista: Piauí, da Abril
O aniversário: da Lu M.
Remédio pra acalmar: escrever no blog.




E pra não perder o bom humor...

Então fui fazer uma ressonância magnética.
Entro na sala. Um homem sentado frente à tela do computador, os dedos apoiados no teclado. Fala comigo sem tirar os olhos do monitor:
-Sente-se. Idade? Dor? Quanto tempo? Atividade Física?
-Pinos no corpo? -Não
-Placas? -Não
-Válvula Cardíaca? -Não
-Grampo de aneurisma? -Não
-Marcapasso? -Não
-Diu? -Não
-Nenhum metal no corpo? NÃO.
-Sutiã? NÃAAO
-Humm...Claustrofóbica? A princípio não...
-Humm...Tire os tênis. O casaco, brincos. Deite. Serão cerca de trinta minutos. Não se mova. Introduza os protetores auriculares. Segure esta campainha. Se algo sair errado, aperte-a.

E a máquina foi me sugando. A sensação é de se estar numa urna funerária. Só que bem mais barulhento. Mas eu sentia uma sensação estranha, como se algo estivesse errado. Calma, pensei. É só imaginar que estou na minha cama fazendo um cochilo.(Mas a sensação continuava...)
Não tem nada errado. Eu estou aqui, tranquilinha, tirei meus brincos, não tenho nenhum metal pelo corpo, não sou claustrofóbica... esta tudo certo, tudo no seu lugar.

- O meu aparelho!!!

BÉÉEEEEEEEIIIMMMMM